Se você já passou por algum perrengue sério na vida deve ter pensado nele, o livro de autoajuda. Seja uma indicação de um amigo, tia, cunhado ou do próprio Google que “magicamente” sabe até mesmo quando você está precisando de um abraço, você já pensou em buscar ajuda (olha a redundância) em um livro de autoajuda.
E não se culpe, pois é fato que um bom livro já é uma companhia e tanto, agora se vier com a promessa de resolver um problema, aquele tempo de leitura passa a ser praticamente um investimento. Contudo e nada contra os best sellers Quem mexeu no meu queijo ou O segredo (que já não é mais segredo nenhum de tanto sucesso que fez), esse tipo de literatura vem sendo confundida com filosofia, ou como alguns chamam, filosofia de autoajuda. Então, para entender principalmente se filosofia pode ou não ser autoajuda, resolvemos pesquisar e buscar uma resposta nos considerados hoje um dos maiores filósofos brasileiros.
Nietzsche como autoajuda? Não!
Segundo o filósofo Luiz Felipe Pondé, em um vídeo em seu canal do youtube intitulado “Filosofia pode ser autoajuda?”, sem dúvida a filosofia pode funcionar como autoajuda, desde que seja observado o contexto da utilização de determinados filósofos. E ao usar como exemplo uma pessoa lendo um livro do filósofo Nietzsche que “passasse se tornar alguém grosso e mal-educado que sair por aí, cuspiria na cara de todo mundo, achando que é um super-homem”, Pondé deixa claro que a apropriação da filosofia para a chamada autoajuda não deve ser rasa na mesma facilidade que pode ser, ironicamente, considerada uma autoajuda “chique”. O filosofo ainda conclui que para ele um livro de autoajuda é oportuno e acolhedor em um determinado momento da vida do indivíduo.
O afago filosófico de Cortella.
Já para o professor e filósofo Mário Sérgio Cortella, também em um vídeo disponível no youtube onde conversa com o historiador Leandro Karnal sobre autoajuda e filosofia, Cortella aponta que a filosofia por si só ajuda a entender a si e ao mundo, contudo acredita que o conceito de autoajuda precisa ser melhor avaliado, dando o exemplo da profundidade que vez ou outra traz em um determinado assunto ou até mesmo obra, para com isso aproximar o leitor de uma relação otimista ou realista da via. O que, com a liberdade de interpretação de quem aqui escreve, mas lembrando o distanciamento dos pensadores (Cortella e Pondé) por não estarem no mesmo debate, podemos entender que o apontamento do professor Cortella complementa em partes, aquilo que Pondé traz como a filosofia que funciona como autoajuda, aquela que traz o contexto.
Para concluir? Espero que não!
Então, apenas para concluir, trago novamente um pensamento de Pondé acerca da importância dos livros de autoajuda, porém sem o pessimismo, característico do pensador. Acredito, assim como o filósofo, que os livros de autoajuda podem e talvez devam ajudar a pessoa no momento específico de dor e desmotivação que ali se encontram, porém cada leitor deve por si só extrair o necessário para retomada de sua autoestima. Não achar que a solução para sua vida estará sempre em um livro do gênero, mas sim que este é uma ferramenta para tal, mas jamais a solução completa. Já os livros de filosofia podem complementar essa “ajuda” e jornada do leitor para o campo do conhecimento social, tirando o leitor até mesmo da sua caverna. A sim, não custa lembrar que ajuda de um profissional é o reforço ideal e mais assertivo.