Faleceu na madrugada de terça, 15 de fevereiro de 2022, em São Paulo, vítima de um AVC (acidente vascular cerebral) o cineasta, jornalista e dramaturgo Arnaldo Jabor. Poucos podem dizer que ficarão para a história, que deixarão marcas e que serão lembrados. Inveja, de linha branca, como o próprio comentarista escrevia em de seus textos a respeito de uma tia que frequentava casas de umbanda (de linha branca), com toda a certeza Jabor será lembrado, seja por seus comentários ácidos, mas assertivos a respeito da política ou pela sua contribuição para com o cinema nacional.
Nascido no Rio de Janeiro em 12 de dezembro de 1940, Arnaldo Jabor ficou conhecido inicialmente por seus longa-metragens de sucesso nos cinemas nacionais nos anos 1970 e 80, além da atuação como comentarista em jornais e televisão. Jabor não se restringia apenas a um assunto, comentava acontecimentos do cotidiano brasileiro com seu estio ácido, atraindo críticos e admiradores. Os assuntos iam de arte e cinema, até economia, sexualidade e política.
Além da marcante e premiada trajetória no cinema nacional e no jornalismo, Arnaldo Jabor publicou diversos livros, onde sempre teve como marca registrada, bem como em suas crônicas e comentários em outras mídias, o humor ácido e o sarcasmo. Confira alguns desses títulos:
Pornopolítica
Arnaldo Jabor apresenta Pornopolítica – Paixões e Taras na Vida Brasileira, uma nova coletânea de textos em que temas públicos misturam-se ao universo de nossas fixações interiores. Política, sexualidade, miséria, arte, memória – ao usar o cotidiano como matéria-prima de seus textos, Jabor associa fato e ficção mostrando paixões e taras que talvez preferíssemos ocultar.
Autor: Arnaldo Jabor
Editora: Companhia das letras
1ª edição (2006)
Amigos Ouvintes
“Quanto de perversão sexual será responsável pelo assédio imoral à República?”, pergunta Arnaldo Jabor na abertura do capítulo Amor e Sexo do livro Amigos ouvintes, da Editora Globo. E vai além: “Quanto desejo de poder e manipulação se esconde sob o amor?”. São questões como essas que Jabor, um “louco que ainda acredita neste país”, como se autointitula, levanta nas mais de 320 páginas, divididas em sete capítulos. Jabor tem o olhar apurado e inflamado sobre tudo o que acontece no Brasil, e garante que é preciso dar andamento a uma revolução institucional, já que o país sofre de um câncer generalizado.
Autor: Arnaldo Jabor
Editora: Globo
1ª edição (2007)
O Malabarista
O malabarista é dividido em duas partes. A primeira, “Infância”, mais poética, traz textos sobre o pai, a mãe, o avô, a iniciação sexual, o pecado, a classe média nos anos 50 e 60, as primeiras lembranças, a vida no subúrbio. A segunda, “E depois…”, marca a entrada na vida adulta, simbolizada pelo incêndio da UNE, logo após o golpe militar, quando termina a esperança de que o socialismo virá. É o fim da ilusão. Surgem os grandes temas: economia, corrupção, amor, violência, cultura. No livro, o autor lança sua ironia costumeira e seu olhar cinematográfico para uma variada galeria de tipos.
Autor: Arnaldo Jabor
Editora: Companhia das letras
1ª edição (2014)
Amor é prosa, sexo é poesia
O livro Amor é prosa, sexo é poesia reúne as melhores crônicas de Arnaldo Jabor sobre nossas obsessões mais íntimas: sexo e amor, família, mulheres. Em 36 textos, Jabor anuncia sem pudores sua fome de beleza em tudo: na vida, na política, no amor, no sexo. Confessa ternuras e invejas. E será assim, exaltado, rodriguiano, que vai admitir um dos maiores medos: “os abismos das mulheres são venenosos, o seu mistério nos mata.” O amor depende de nosso desejo, o sexo é tomado por ele. O perigo do amor é virar amizade; o perigo do sexo é que você pode se apaixonar”.
Autor: Arnaldo Jabor
Editora: Objetiva
1ª edição (2004)
