No dia 26 de março a capital dos gaúchos completou 250 anos de história. E dentre os seus destaques sempre esteve a cultura local, trazendo como um retrato íntimo o dia a dia do seu povo. Isso desde sempre de uma forma tão orgânica na vida dos porto-alegrenses que chega a ser difícil de entender se são os olhos dos artistas que leem tanta particularidades nessa rotina ou se é justamente essa rotina que é fácil de demais de ser lida e transferida para literatura, música e tantos outras demonstrações artísticas. Fato esse que fica evidente em obras clássicas de Mário Quintana ou Luis Fernando Verissimo. E bebendo de toda essa Porto-alegridade dos porto-alegrenses, o autor Cláudio Levitan lança para o aniversário de 250 anos de Porto Alegre a obra Os Portoalegríadas – uma fábula para a cidade, editora Bestiário.
“Quando uma cidade tem um artista por perto, o melhor a fazer é prestar atenção nele, em sua figura, no que ele diz. Se o artista se chamar Cláudio Levitan e a cidade for Porto Alegre, bem, aí a mistura é perfeita. Aqui, neste belo livro que o leitor tem agora na mão, A cidade enfeitiçada, ele ao mesmo tempo inventa personagens — a sofrida e linda Imagnália, o atormentado e corajoso Nenhures — e comenta a vida real e concreta, esta que a gente vive e nem percebe que vive, esta da cidade que não presta a devida atenção à água generosa que tem ao lado de casa e que era para ser limpa e de todos. Tudo rimado e com ritmo, que deve ficar bem interessante de ler em voz alta, para se divertir e, mais uma vez, para despertar a consciência. Cláudio Levitan é o artista da nossa aldeia”, diz Luís Augusto Fischer no prefácio do livro.
Segundo Cláudio Levitan conta, a ideia para a história da obra veio por acaso, quando menos esperava, enquanto caminhava distraído pelas margens do Rio Guaíba. “Meus pés ao afundarem na areia fofa tocaram num objeto estranho. No começo, pensei ser um bicho morto, mas ao desenterrá-lo, com os pés mesmo, percebi tratar-se de um livro. Não dava para ler nada do que estava escrito. A tinta de uma folha se misturara com a da outra e viraram manchas coloridas, desaparecendo todas as suas letras. Naquele dia, o que me atraiu, além de sua aparência externa, foram as páginas borradas cheias de cores indefinidas. A capa tinha um título indecifrável, faltavam-lhe letras. Só depois de muito tempo, praticamente toda a minha vida com aquelas letras capengas martelando em minha cabeça, juntei-as, as ausentes com as que apareciam, e se compôs “Os Portoalegríadas”. Um título esquisito que depois pareceu fazer sentido”.
Os Portoalegríadas – uma fábula para a cidade é lançado pela editora Bestiário e você pode comprar a obra aqui.
Sobre o autor:
Cláudio Levitan, nasceu em Porto Alegre/RS, Brasil, em 08 de março de 1951, é Arquiteto formado na UFRGS, com Mestrado pela University of Newcastle-upon-Tyne, Inglaterra. Músico (compositor, violão e banjo-bandolim) é autor da música “Ana Cristina” e “Tango da Mãe”, muito populares, pois fizeram parte do espetáculo Tangos e Tragédias por 30 anos.
Autor dos CDs “O Primeiro Disco”, “Minha Longa Milonga”, “Opereta Pé de Pilão”, “Levitan e os Tripulantes: Projeto LP”, “Canções do Livro das Crianças Perdidas” e “Avulsas”, com os quais ganhou vários prêmios, entre eles, Açorianos, Tibicuera, Itaú Cultural. Conquistou o reconhecimento da UNESCO com o seu trabalho “Minha Longa Milonga”, “pelo respeito à diversidade, à tolerância e ao diálogo cultural”, em 2020 lançou nas plataformas digitais o disco “Bereshit” e em 2021 o álbum “Só a Canção”.
Como escritor, especialmente de literatura infantil e infanto-juvenil , atuando também no teatro e nas artes gráficas e ilustração. Escreveu o livro “O Porão Misterioso”, L&PM, Prêmio Açorianos de Literatura Infantil 2001; “Pimenta do Reino em Pó”, L&PM, indicado ao Prêmio Açorianos de Literatura Infantojuvenil 2007; “Porto Alegre no Livro das Crianças Perdidas”; escreveu “Tangos e Tragédias em Quadrinhos”, com desenhos de Edgar Vasques, L± participou de antologias de contos como “Caio de Amores”, “Nós, os gaúchos”, “Contos no Solar”, “101 que Contam”, “Brevíssimos” e “Histórias de Quinta”. Transformou em História em Quadrinhos o livro- poema “Pé de Pilão”, de Mario Quintana, L&PM (Edição esgotada). Em 2013 lançou “A Vaca Transparente”, pela Editora Libretos. Em 2019, lançou o livro “A Avoada e o Distraído”, escrito em parceria com a autora Dra. em Escrita Criativa Vanessa Silla pela editora Bestiário. Seu livro mais recente é o “Os Portoalegríadas – uma fábula para a cidade” lançado pela editora Bestiário em 2020.
Discografia:
O 1o Disco (1997)
Minha Longa Milonga (2000)
Levitan e os Tripulantes – Projeto LP (2006)
Opereta Pé de Pilão (2008)
Canções do Livro das Crianças Perdidas (2011)
Avulsas (2012)
Bereshit (2020)
Só a Canção (2021).
Bibliografia:
Pé de Pilão em Quadrinhos (1986)- edição esgotada
Tangos e Tragédias em Quadrinhos (1996)
O Porão Misterioso (2000)
Pimenta do Reino em Pó (2007)
Opereta Pé de Pilão em HQ com CD (2008)
Porto Alegre no livro das crianças perdidas (2009)
A Vaca Transparente (2013)
A Avoada e o Distraído (2019) – em parceria com Vanessa Silla
Os Portoalegríadas – uma fábula para a cidade (2022)